Lei do Mercado Livre de Energia

O Mercado Livre de Energia (MEL) foi criado pela Lei 9.074 de 1995, que revolucionou o setor elétrico do Brasil. Contudo, devido a essa legislação histórica, os consumidores com alta demanda puderam escolher a melhor opção para suas necessidades.

Sobre a Lei Mercado Livre de Energia (Lei 9.074 de 1995)

Os princípios e padrões que norteiam esse método de aquisição de energia elétrica foram estabelecidos pela Lei 9.074, também conhecida como Lei do Mercado Livre de Energia. Do mesmo modo que ela estabelece as regras para o funcionamento e operação do mercado ela estabelece os direitos e deveres dos participantes.

Princípios Fundamentais da Legislação do Mercado Livre

Primordialmente, temos três pilares fundamentais sustentam a Lei do Mercado Livre de Energia:

Liberdade de escolha do fornecedor de energia

A liberdade de escolha do fornecedor é um dos principais benefícios da Lei do Mercado Livre de Energia. Vamos entender melhor as condições que dão autonomia e permitem melhores condições e soluções personalizadas as necessidades energéticas de cada consumidor.

Condições de acesso à livre contratação

O mercado livre incentiva o uso eficiente da energia porque os clientes têm a liberdade de controlar seu consumo e procurar opções mais sustentáveis. Nesse sentido, existem dois tipos de consumidores que podem acessar o Mercado Livre de Energia:

Consumidores Livres: Empresas que requerem mais de 3.000 kW de alta tensão ou 2.500 kW de média tensão.

Consumidores Especiais: Pequenas e médias empresas e indústrias com demanda de 750 kW a 3.000 kW de alta tensão, bem como 500 kW a 2.500 kW de tensão média.

Regras para operação e funcionamento do mercado

Ainda assim, para garantir a operação equitativa e produtiva do Mercado Livre de Energia, a Lei 9.074 estabelece uma série de diretrizes, incluindo:

Câmara de Comercialização de Energia (CCE) é o órgão que supervisiona as operações, apura os preços e registra os participantes do mercado.

Operador do Sistema Nacional de Operação (ONS): Mantém a oferta e a demanda de energia em equilíbrio, garantindo a confiabilidade do sistema elétrico.

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL): supervisiona e regula o mercado, protegendo os direitos dos consumidores e garantindo uma concorrência honesta.

Proteção dos consumidores

Nesse ínterim, a Lei do Mercado Livre de Energia prioriza a segurança dos consumidores, implementando mecanismos como:

Canal de Atendimento Específico: O CCE oferece um canal exclusivo para atender às reclamações dos consumidores.

Serviço de Ouvidoria: Um serviço de ouvidoria é fornecido pela ANEEL para lidar com reclamações e acompanhar a resolução de conflitos entre consumidores e fornecedores.

Código de Defesa do Consumidor: O Código de Defesa do Consumidor (CDC), que protege os direitos fundamentais dos consumidores, também regula as relações de consumo no Mercado Livre de Energia.

Regras e Requisitos para Participação no Mercado Livre

Para poderem participar do Mercado Livre de Energia, consumidores e empresas devem atender a alguns requisitos:

Registro na CCE: Todas as partes interessadas, incluindo fornecedores e consumidores, devem se registrar na CCE.

Garantias Financeiras: Consumidores livres e especiais devem apresentar garantias financeiras para garantir o pagamento de suas contas de energia.

Critérios de elegibilidade

Para consumidores livres:

  • Demanda Contratada: A partir de 1o de janeiro de 2023, um consumidor livre deve ter pelo menos 500 kW.
  • Conexões: De alta tensão (igual ou superior a 2,3 kV) ou de média tensão atendida por sistemas subterrâneos

Para consumidores especiais:

  • Demanda: é de 500 kW a 1.500 kW em tensão alta ou de 500 kW a 2.500 kW em tensão média.
  • Conexões: De alta tensão (igual ou superior a 2,3 kV) ou de média tensão atendida por sistemas subterrâneos
  • Aquisição de Energia: apenas de fontes incentivadas ou renováveis como PCHs, eólica, biomassa e solar.

Obrigações e responsabilidades dos participantes do mercado

Um conjunto de obrigações e responsabilidades são atribuídos aos participantes do MLE. A seguir, conheça quais responsabilidades e obrigações visam garantir o funcionamento do mercado, para cada um dos tipos de agentes.

Consumidores livres e especiais:

  • Liquidação das Obrigações Financeiras: Pagar as contas de energia, incluindo impostos e encargos, no prazo.
  • Manutenção do Lastro: Certifique-se de obter energia suficiente para cobrir seu consumo mensal ou enfrentar penalidades.
  • Cumprimento das Regras e Normas: Seguir os padrões do mercado estabelecidos pela Lei 9.074 e pelas agências reguladoras.
  • Registro e Validação de Contratos: Cada contrato de compra de energia deve ser registrado na Central de Controle de Energia (CCE).

Comercializadoras:

  • Como intermediários: Eles compram energia no mercado livre e a vendem aos clientes finais.
  • Representação dos Consumidores: Representar os interesses livres e especiais dos consumidores, negociando tarifas e condições de compra de energia.
  • Gestão de Riscos: Controlar os riscos financeiros e operacionais associados à aquisição e venda de energia.
  • Cumprimento das Regras e Normas: Seguir os padrões do mercado estabelecidos pela Lei 9.074 e pelas agências reguladoras.

Geradores e Transportadoras:

  • Fornecimento de Energia: A geração e entrega de energia são reguladas por contratos com as comercializadoras.
  • Manutenção da Infraestrutura: Garantir a qualidade e segurança do fornecimento de energia por meio da manutenção da infraestrutura de geração e transmissão.
  • Cumprimento das Regras e Normas: Seguir os padrões do mercado estabelecidos pela Lei 9.074 e pelas agências reguladoras.

Conclusão

Em conclusão, podemos afirmar que a Lei do Mercado Livre de Energia, promulgada pela Lei 9.074 de 1995, transformou o setor elétrico do Brasil, dando aos consumidores mais opções e fomentando a eficiência e a concorrência. A legislação estabeleceu um marco regulatório sólido que permite aos consumidores com alta demanda escolher seus fornecedores de energia; eles também podem negociar melhores condições contratuais e apoiar o uso mais sustentável de recursos energéticos.

Dessa forma, a estrutura regulatória protege os direitos dos consumidores e promove a concorrência. Por fim, a lei não apenas oferece melhores tarifas e opções de serviço aos consumidores, mas também estimula a operação mais ecológica do setor elétrico.

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